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Este mês propomos uma visita a um dos nossos lugares mais emblemáticos.
Recordamos como este espaço era no passado e revelamos como o podemos encontrar nos dias de hoje.
O que mudou?
Esta rubrica permite-lhe (re)descobrir a nossa história através do nosso património.
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Colocamos o coração em todos os nossos lugares!
ENTÃO... SERÁ QUE CONHECE A HISTÓRIA DO PALACETE ARAÚJO PORTO?
Comece por ver o vídeo que preparamos "Do antes ao agora" deste nosso espaço único...
"ANTES - Instituto de Surdos-Mudos Araújo Porto
A atenção aos «surdos-mudos», designação hoje banida e substituída pelo termo «surdos», aparece pela primeira vez documentada na Misericórdia do Porto na legenda do retrato do benfeitor Custódio Gonçalves Ledo, falecido em 26 de março de 1844, o qual deixou um legado para o estabelecimento de seis camas para surdos-mudos no Hospital de Santo António. Não era ainda um estabelecimento para os chamados surdos-mudos, mas a garantia de que os surdos-mudos padecentes de alguma moléstia grave, que necessitasse de hospitalização, teriam lugar garantido.
Mais tarde, em 1872, um benfeitor anónimo, provavelmente brasileiro de torna-viagem, entendeu por bem festejar a visita a Portugal do Imperador do Brasil, D. Pedro II e de sua mulher a Imperatriz Teresa Cristina, com a oferta de duzentos mil reis para a fundação de um Colégio para surdos-mudos. Mas apenas em 1887, por dádiva do benfeitor José Rodrigues de Araújo Porto, falecido em 27 de julho, a SCMP pôde começar a dar passos no sentido da criação de um estabelecimento para acolher jovens portadores dessa deficiência. Mas apenas em 26 de janeiro de 1893, resolvido um problema judicial que paralisara a entregado legado, o qual acumulado com outras ajudas pecuniárias de particulares e também da Câmara Municipal do Porto, foi aberto o Instituto de Surdos-Mudos Araújo Porto. No entanto, essas primitivas e provisórias instalações funcionaram na Rua da Paz, em edifício deixado pelo benfeitor José Vaz de Araújo Veiga. A inauguração oficial fez-se um mês depois, em 26 de fevereiro, na Provedoria do ilustre e ilustrado Conde de Samodães, sendo Bispo da Diocese o Cardeal D. Américo Ferreira dos Santos Silva. Não deixa de ser curiosa a informação de que no dormitório, instalado numa magnífica sala, podiam-se ver as fotografias do Imperador e da Imperatriz do Brasil bem como um retrato a óleo do Provedor.
Mas apenas em 1904 foram inauguradas as instalações definitivas, no Largo da Paz, do Instituto Araújo Porto, num estabelecimento amplo, dotado de todos os requisitos, com capela, que acolheu 50 rapazes surdos-mudos. Por lá passaram muitas dezenas de jovens.
As 10 raparigas que há muito, mas provisoriamente, se haviam recebido no Recolhimento de Nossa Senhora da Esperança, foram habitar as instalações que os rapazes haviam deixado na Rua da Paz.
A partir de 2008, o incremento das políticas educativas de inclusão tornou obsoleto o Instituto de surdos-mudos Araújo Porto, sendo as crianças surdas integradas no sistema geral de ensino. Uma nova funcionalidade haveria de restituir vida e movimento àquelas grandes salas e corredores de pé-direito muito alto, como era usual na época.
Sendo um edifício bem construído de raiz e, por isso, reaproveitável, à Misericórdia cabia descobrir-lhe uma nova utilização. Foram surgindo hipóteses e atividades para o imóvel até que a fundação do Museu na antiga sede, apontou para lá a reinstalação dos serviços centrais.
DEPOIS
Efetivamente em 2013 a Mesa Administrativa, tendo posto de parte a ideia de construir um novo edifício para a sede e instalação dos serviços centrais, preferindo a reabilitação de algum imóvel desocupado que oferecesse as condições necessárias, transferiu-se para a Rua Joaquim Vasconcelos. A adaptação do edifício do Instituto Araújo Porto a essas novas funções mostrou-se muito feliz, não apenas pelo local, como pelas múltiplas comodidades que proporcionava aos colaboradores e até pelo êxito arquitetónico que constituiu a sua recuperação, visto que ganhou o prémio nacional de reabilitação urbana em 2017. Honra, pois, à equipa de arquitetos da Santa Casa chefiada por Margarida Barbosa.
O edifício mostra-se hoje uma bela construção, pintada de cor viva e quente, mantendo a traça original mas fazendo diminuir a altura dos muros exteriores que, embora adequada às funções para que o edifício fora edificado, davam um certo ar de mistério ao conjunto construído nos inícios do séc. XX. O interior manteve o pé direito alto, mas o espaço foi divido de modo a poder receber os numerosos Departamentos centrais da SCMP. A Capela original foi mantida na perspetiva de ser utilizada quando fosse conveniente, como tem acontecido. Nas traseiras que funcionavam como espaço lúdico para os habitantes do antigo Instituto foi instalado um generoso parque de estacionamento. Do mesmo modo, o antigo ginásio que fora, entretanto, aproveitado para depósito de documentos históricos, foi transformado num acolhedor auditório, o Auditório D. Pedro IV, com capacidade para 150 pessoas.".
Fonte: Francisco Ribeiro da Silva, Mesário com o Pelouro das Artes e da Cultura
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