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No âmbito do aniversário da Misericórdia do Porto, convidamo-lo a viajar pela nossa história através da campanha comemorativa "526 anos de curiosidades para desvendar".
Ao longo dos séculos, a instituição cresceu, evoluiu e adaptou-se aos desafios de cada época, sempre com a missão de servir a comunidade. Desde 1499, mantemos vivo o compromisso com a solidariedade e a inovação, mas há muito mais para descobrir...
Acompanhe esta campanha no site e nas redes sociais e (re)descubra momentos, factos e episódios que marcaram o nosso percurso.
As origens da Misericórdia do Porto
"O misterioso quadro Fons Vitae, obra-prima da pintura flamenga do século XVI.
Esta pintura a óleo sobre madeira de carvalho, constituída por oito peças emparelhadas, com quase 2,70 metros de altura, é, provavelmente, o painel central de um retábulo (cujos volantes se perderam). Dada a complexidade do tema e a sua associação à ideologia régia, a pintura poderá ter sido encomendada na Flandres, entre 1515 e 1517, para a Misericórdia do Porto. É verossímil que o pedido tenha sido realizado por alguém ligado à Misericórdia que frequentava o círculo mais íntimo do monarca. Esta obra é atribuída a Colijn de Coter.
É de realçar a acuidade técnica, a diversidade temática e todos os pormenores que prendem a atenção e convidam a uma demorada contemplação.
Alvo de grande interesse e de diversas teorias e de estudos pormenorizados, é uma peça marcante que tem lugar de destaque no MMIPO - Museu e Igreja da Misericórdia do Porto.
Em 1844, o conde A. Raczynski (1788-1874), historiador, crítico de arte e ministro da Prússia em Lisboa, realça a qualidade desta obra que, a partir desse ano, passou a ficar exposta na Casa do Despacho. O tema da Fons Pietatis, central na pintura, teve grande difusão na época medieval no norte e centro da Europa, ligando-se ao "Juízo Final".
Dois importantes temas iconográficos convergem no Fons Vitae (Fonte da Vida):
- no plano terreno, a iconografia régia de D. Manuel I, sendo esta, porventura, a única obra existente em que o monarca é retratado com os atributos inerentes à sua ideologia política e quadro espiritual;
- no plano celeste, o tema do "Calvário" associado ao da "Fonte da Vida" e da "Piedade", sendo que o escudo de armas português incluiu a cruz de Cristo e as cinco chagas.
Em torno da taça central, por trás do Crucificado, distribui-se um conjunto de figuras com poses variadas e cada uma com uma fácies própria.
Os grupos de D. Manuel e de sua mulher, D. Maria, bem como o bispo, estão ajoelhados em posição de oração e voltam o seu olhar para o Calvário, que se eleva da taça da fonte e ocupa o centro da pintura. A taça está quase cheia do sangue que jorra da ferida aberta no lado direito do Crucificado. Este encontra-se ladeado pelas figuras da Virgem e de S. João Evangelista, em pé sobre peanhas assentes nos bordos da taça.
Ao fundo, numa paisagem de colinas suaves, descortinam-se os seguintes elementos arquitetónicos: muralhas, fossos, canais, pontões, uma igreja e a sua torre, assim como vários curiosos pormenores não identificáveis à primeira vista."
Fonte: Casa da Prelada
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