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José Ferreira de Albuquerque e Castro, nascido a 23 de janeiro de 1903, em Vila Nova de Gaia, é uma personalidade cujo impacto na tiflologia e na inclusão dos cegos em Portugal continua a ser uma fonte de inspiração. O seu percurso, marcado pela dedicação à causa dos invisuais, reflete um caminho de coragem e humanismo. Cego, professor, tiflólogo e investigador, foi o fundador e diretor do Centro de Produção do Livro para o Cego, atualmente conhecido como Centro Professor Albuquerque e Castro. Também fundou a "Poliedro: Revista de Tiflologia e Cultura", ligada ao mesmo centro.
Albuquerque e Castro iniciou os seus estudos no Instituto Industrial do Porto, onde, aos 13 anos, um acidente durante uma experiência de laboratório resultou na perda da visão. Esta contrariedade direcionou-o para a música, a área de estudo mais acessível para os cegos na época. Formou-se no Conservatório de Música do Porto, obtendo 20 valores em Piano e Composição.
A sua primeira tentativa de ingressar na atividade pedagógica no Instituto de Cegos do Porto foi marcada por resistências várias. Contudo, em 1938, com a mudança na direção do Instituto para a Misericórdia do Porto, Albuquerque e Castro encontrou o apoio necessário para promover reformas significativas. O seu empenho resultou na valorização do Instituto e dos seus alunos cegos, tornando-se um pilar fundamental na transformação da educação para cegos em Portugal.
Em 1956, assumiu a direção do Centro de Produção do Livro para o Cego, que, em 1972, foi renomeado como Centro Professor Albuquerque e Castro em sua homenagem. A criação da imprensa Braille é uma das suas maiores realizações, proporcionando acessibilidade à literatura para cegos. Em 1963, foi nomeado diretor dos Serviços Tiflológicos da Misericórdia do Porto, reforçando o seu compromisso.
Representou Portugal em vários congressos internacionais, consolidando a sua reputação como especialista em Braille. Em 1945, publicou o "Prontuário Morfológico da Língua Portuguesa", uma obra pioneira acessível tanto a cegos como a pessoas com visão.
O seu trabalho na defesa de ideais humanitários fez de José Ferreira de Albuquerque e Castro uma figura central na história da educação inclusiva em Portugal.
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