Juventude
Assente nos princípios orientadores da missão da Santa Casa da Misericórdia do Porto, ao longo de 152 anos de existência, a Casa de Acolhimento Residencial (CAR), Barão de Nova Sintra (BNS), primou por uma ação humanizados e contentora, de forma a assegurar a proteção e a formação integral das crianças e jovens acolhidas, através de uma intervenção promotora do seu desenvolvimento global.
Conscientes da necessidade de uma mudança de paradigma no sistema de promoção e proteção de crianças e jovens, a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) encerrou a valência de CAR, passando a desenvolver uma outra resposta - Acolhimento Familiar - assente num modelo de configuração mais familiar e terapêutica.
O Colégio Barão de Nova Sintra (CBNS) foi constituído a 3 de dezembro de 1863, sendo inaugurado pelo rei D. Luís e iniciada a sua atividade a 19 de outubro de 1866. O seu fundador foi José Joaquim Leite Guimarães, natural de Guimarães, mais conhecido por Barão de Nova Sintra. Nasceu a 21 de julho e faleceu, no Porto, a 3 de junho de 1870.
Passado um ano do seu falecimento, a 1 de junho de 1871, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, tomou posse do designado, à data, Estabelecimento Humanitário do Barão de Nova Sintra.
Enquanto Casa de Acolhimento Residencial, esta destinava-se ao acolhimento de 42 crianças e jovens do género masculino, com idades compreendidas entre os 6 e os 25 anos, que se encontravam em situação de perigo. O BNS tinha como objetivo principal, desenvolver o espírito de iniciativa, autonomia, capacidade crítica e criativa, minorando assim os estigmas trazidos da primeira infância, que condicionaram a estruturação da personalidade e aprendizagem. Pretendia, também, desenvolver nos residentes acolhidos a noção de autoconceito, entreajuda e respeito pelo Outro, reduzindo défices e desigualdades. O objetivo global do projeto educativo da casa de acolhimento, era o de proporcionar às crianças e jovens uma estrutura de vida proximal, à de uma família funcional, visando o seu desenvolvimento integral e harmonioso. Assim, a função primordial era assumir o papel de substituição e/ou complemento da família de origem por um determinado período de tempo.
Para fazer face a todo este trabalho desenvolvido em prol do bem-estar das crianças e jovens, o CBNS contava com uma equipa técnica multidisciplinar, nas áreas do serviço social, psicologia e educação social, uma equipa educativa e uma equipa auxiliar, conseguindo assim, proporcionar uma resposta plena adequada às necessidades dos residentes.
O domínio escolar e/ou profissional, focava-se na formação destas crianças/jovens, desenvolvendo-se métodos de estudo eficazes às necessidades individuais, de forma a promover um acompanhamento personalizado, capaz de responder aos seus interesses e capacidades.
Pretendia-se também fomentar ações de exploração e orientação vocacionais, com o objetivo de co-construir projetos de vida ajustados aos interesses de cada um.
A ação do CBNS com as famílias das crianças e dos jovens acolhidos foi fulcral do trabalho desenvolvido, no âmbito do objetivo da reunificação familiar ou autonomização com possibilidade de manutenção de relações familiares que pudessem funcionar como retaguarda dos menores. Apostamos no desenvolvimento de estratégias eficazes de comunicação e relacionamento intra-familiar, já que era neste contexto que as crianças e os jovens retiravam os seus principais modelos de conduta.
Paralelamente a este trabalho, desenvolvido pela CAR, as crianças e jovens encontravam-se integradas nas estruturas da comunidade, nomeadamente, em escolas, centros de saúde, escuteiros, clubes desportivos, catequese, entre outros, tal como outra qualquer criança ou jovem da sua idade.
Com múltiplas configurações ao longo da sua existência, o propósito do BNS sempre se manteve: promover um contexto educativo e securizante para crianças e jovens.
